terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A novela do salário mínimo

Amanhã a Câmara dos Deputados vota o aumento do salário mínimo. De um lado, o governo implora desesperadamente para que se aprove o valor de R$ 545, e do outro, centrais sindicais e oposição se revezam, ora em R$ 560, ora R$ 580 e os tão falados R$ 600, prometidos em campanha pelo então candidato José Serra.

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou-se hoje aos deputados, dizendo que um aumento maior que o proposto pelo governo (545) desestabilizaria as contas públicas, e acabaria gerando aumento da inflação. Como o aumento da inflação leva ao aumento dos preços, o salário mínimo maior acabaria não servindo pra nada. Do que adianta ganhar mais, se tudo fica mais caro?

Serra prometeu R$ 600, e fez a proposta com embasamento em medidas que a sustentariam, como por exemplo o corte de gastos na máquina pública. Mas Serra não se elegeu, e o governo praticamente manteve a mesma estrutura inchada. Houve corte no orçamento, mas devido a gastança realizada em 2010, ano de eleições. Lula abusou geral da grana, e agora, Dilminha eleita, podemos conferir o resultado.

Será que um mínimo maior que R$ 545 forçaria o governo a reduzir sua estrutura, como quero crer, imagina a oposição? Acredito que não, e quem pagaria a conta seríamos nós. De qualquer forma, com uma base aliada gigantesca, não deverá ser difícil para o governo aprovar o mínimo desejado.

Irônico e revoltante é saber que, enquanto fala-se em conter gastos, nossos congressistas aprovem pra si mesmos um aumento absurdo de salário...

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